domingo, 5 de maio de 2013

microcosmo em macrovisões



   Ao me deparar com a cochonilha do carmim, impressionou- me o sacrifício de toneladas de insetos que cumprem a função de enfatizar a cor do alimento para provocar um estímulo ao paladar, no entanto, não interferindo nele. Iniciei uma pesquisa assídua sobre a cochonilha do carmim, suas características biológicas, seu impacto ambiental e sua possível utilização como linguagem poética. Resolvi que a cochonilha seria meu ponto referencial, como uma âncora, que representasse um microcosmo - complementar de todo o resto.

  A minha pesquisa com a cochonilha se iniciou com uma inves- tigação sobre suas características biológicas e sua relação com o meio, no qual devires poéticos proporcionaram a apropriação de vida meramente funcional ou orgânico. As articulações criadas tor- naram possível a simbologia da cochonilha como um microcosmo para reflexões poéticas.




  Busca-se uma transposição desse microcosmo para uma macrovisão em que a simbologia conduziria a uma reflexão ética e estética. A realidade passaria a ser percebida por meio de um olhar fragmentado, situado numa realidade fictícia, na qual criamos vários artifícios para torná-la mais apreensível.


   A proposta inicial da minha pesquisa sempre foi encontrar uma unidade entre as coisas (por mais arbitrárias ou aleatórias que aparentem ser) e resultou que a relação entre as coisas é o que cria a unidade. Busco observar o ciclo de vida da cochonilha do carmim, ou as transformações biológicas que resultam de sua interação com o meio ambiente, e a sua utilização como matéria-prima dentro de um sistema econômico e social.A partir de uma análise do microcosmo, surgem macrovisões sobre a causa e efeito de sua interação com o meio. 

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