Na composição do danone se utiliza o corante natural cochonilha do carmim.
terça-feira, 28 de maio de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
microcosmo em macrovisões
Ao me deparar com a cochonilha do carmim, impressionou-
me o sacrifício de toneladas de insetos que cumprem a função de
enfatizar a cor do alimento para provocar um estímulo ao paladar, no
entanto, não interferindo nele. Iniciei uma pesquisa assídua sobre a
cochonilha do carmim, suas características biológicas, seu impacto
ambiental e sua possível utilização como linguagem poética. Resolvi
que a cochonilha seria meu ponto referencial, como uma âncora,
que representasse um microcosmo - complementar de todo o resto.
A minha pesquisa com a cochonilha se iniciou com uma inves-
tigação sobre suas características biológicas e sua relação com o
meio, no qual devires poéticos proporcionaram a apropriação de vida meramente funcional ou orgânico. As articulações criadas tor-
naram possível a simbologia da cochonilha como um microcosmo
para reflexões poéticas.
Busca-se
uma transposição desse microcosmo para uma macrovisão em que
a simbologia conduziria a uma reflexão ética e estética. A realidade
passaria a ser percebida por meio de um olhar fragmentado, situado numa realidade fictícia, na qual criamos vários artifícios para torná-la mais apreensível.
A proposta inicial da minha pesquisa sempre foi encontrar uma unidade entre as coisas (por mais arbitrárias ou aleatórias que
aparentem ser) e resultou que a relação entre as coisas é o que cria
a unidade. Busco observar o ciclo de vida da cochonilha do carmim,
ou as transformações biológicas que resultam de sua interação com
o meio ambiente, e a sua utilização como matéria-prima dentro de
um sistema econômico e social.A partir de uma análise do microcosmo, surgem macrovisões
sobre a causa e efeito de sua interação com o meio.
Última Ceia de Marco Zapata – Catedral de Cusco
Na pintura da Última Ceia na Catedral de Cusco, Cristo e seus discípulos aparecem compartilhando um porquinho-da-índia. Apesar do domínio espanhol ter erguido muitas igrejas no lugar onde antes haviam palácios Incas, a herança cultural das civilizações pré-colombiana podem ser vistas em exemplos como esse.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Bruce Chatwin (1940-1989, novelista e escritor de viagens, foi também perito da Sotheby's em Impressionismo.Depois de viajar ao Sudão, Chatwin se desinteressou pelo seu trabalho e voltou sua atenção a arqueologia. Em 1966 se matriculou na Universidade de Edimburgo para estudar arqueologia, mas logo se desinteressou e abandonou a universidade antes de se formar.
Chatwin iniciou a carreira de escritor quando foi contratado pela revista Sunday Times Magazine para cobrir temas de arte e arquitetura. Em 1974 viajou a America Latina, visitou o Peru, tirou uma foto de Maria Reiche em cima da escada no deserto de Nasca, e passou seis meses na Patagônia onde situou seu primeiro livro de viagens (In Patagonia, 1977) no qual misturava relatos verdadeiros com personagens ficcionalizados.
Em The Viceroy of Ouidah (1980) Chatwin relata estudos ficcionais sobre o negócios de escravos na região de Benim, na África. O livro se baseia na história do maior negociante de escravos do Brasil: Francisco Félix de Sousa.
Francisco Félix de Sousa (1754-1849) foi o maior traficante de escravos brasileiros que eram trazidos da atual cidade costeira Uidá na República de Benim. O litoral da baía de Benim era internacionalmente conhecida como "Costa dos Escravos", tratando-se de seu maior 'produto' de exportação. Os escravos eram pagos com búzios (moeda local) ou mercadorias importadas da Europa, como armas de fogo, pólvora, facas, tecido de algodão, lãs e seda. Franciso Félix tornou-se um dos homens mais ricos de seu tempo, mas teve seu negócio arruinado após a abolição de escravos que fez com que seus navios negreiros fossem confiscados pela frota britânica. Morreu aos 94 anos deixando 53 mulheres viúvas, 80 filhos e 2 mil escravos sob sua custódia.
O filme Cobra Verde (1987) dirigido por Werner Herzog foi inspirado na obra The Viceroy of Ouidah de Bruce Chatwin que, por sua vez, foi baseado na história de Francisco Félix de Souza.
Klaus Kinski faz o papel de Francisco Manoel da Silva, personagem fictício inspirado em Francisco Félix de Souza. Apesar dos descendentes de Francisco Félix alegarem que ele era branco e loiro, o mais provável é que tenha sido mestiço, pois era filho de um português traficante de escravos com uma escrava.O filme, também conhecido como Slave Coast, foi filmado no Brasil, na Colombia e em Ghana.
A história retrata o rei Adandozan sendo derrubado pelo seu meio-irmão Guapê com a ajuda de Francisco, que recebeu o título de Chachá e o cargo de primeiro conselheiro do reino de Daomé. Francisco havia sido ameaçado de morte pelo rei Adandozan após tê-lo confrontado em um negócio no qual ele lhe devia escravos. No entanto, era um tabu e superstição matar um homem de pele branca, então o rei ordenou que Francisco Félix fosse imergido em tonéis de índigo para que ficasse azul-escuro.
PROJETO NAZCA
O projeto pretende dar continuidade a uma pesquisa no sítio arqueológico de Nazca, propondo um diálogo entre a arte contemporânea e uma expressão artística milenar, além de uma reflexão crítica sobre as abordagens históricas e arqueológicas. A proposta inclui criar uma série de esculturas (ou objetos) que se comunicam com resquícios culturais de civilizações pré-colombianas. Ao se apropriar de imagens encontradas em ruínas e sítios arqueológicos, e de registros históricos, a ideia é apontar para limiar entre a ficção e a verdade.
As esculturas deverão se confundir com os objetos encontrados em sítios arqueológicos, criando uma narrativa histórica fictícia, na qual a forma do objeto não condiz com a sua função; também remeterão a facas e espadas que ferem quem tente utilizá-las. Alguns processos químicos serão testados para um efeito de envelhecimento das peças. A intenção é de questionar a abordagem histórica paradigmática, de sempre encaixar uma função mística ou ritualística a expressões artísticas de civilizações pré-colombianas.
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